30.7.09

PARA TODA GENTE OUVER EM MACEIÓ


26.7.09

FILME PORNOGRÁFICO


Este domingo pertence ao filme de Júlio Bressane, que ia se chamar "Filme pornográfico", mas acabou se chamando "Filme de amor"(2003). As razões dessa opção, segundo o diretor, passam pelo receio de frustrar o espectador. Há quem diga, mesmo assim, que a idéia de relacionamento nesse filme é ultrapassada, porque não acontecem conflitos explicitados pelas ações das personagens. Comigo aconteceu de ser agraciada pela força da música da luz, atravessei as quase duas horas como se estivesse sonhando... os sons às vezes desencontrados, os fotogramas ora super-revelados, ora saturados, as alternâncias de cores com o pb, os silêncios, as falas, tudo me agradou muito. Não consigo mais dizer, a não ser que NÓS PRECISAMOS DESSE FILME.




Uma entrevista de Bressane fala mais que qualquer comentário sobre seus filmes. Segue abaixo um trecho da que ele concedeu a Vitor Angelo, na Trópico.


Como foi o processo de criação de “Filme de Amor”?

Julio Bressane: Um filme é sempre uma culminância. Ele é um momento em que todos os acúmulos de percepção, sofrimentos e alegrias se juntam. Chega-se a um ponto em que isso tudo se engendra pelo cinema. Mas isso não ocorreu exatamente assim com “Filme de Amor”.

Esse filme começou quando comecei a ler Aby Warburg (1866 - 1929, pensador alemão que escreveu sobre “O Nascimento de Vênus” e a “Primavera” de Botticelli), nos anos 80, juntamente com ensaios florentinos e Giorgio Agamben (professor da Universidade de Verona), um dos maiores filósofos vivos. Aos poucos, o filme foi se mostrando, sofreu muitas metamorfoses e acabou, enfim, sendo feito.

Esse é um processo que vem de mais de 15 anos e continua em mim, eu não me livrei desse filme. Ele foi uma explosão posterior. O filme se alargou para mim depois de pronto, pois percebi muitas coisas após tê-lo feito e continuo vendo coisas novas nele... Mas isso é um processo tão individual, uma experiência de ordem tão íntima, que não acredito que essa questão tenha importância para os outros e nem que seja uma questão importante para o filme. Isso é apenas importante para mim, pois foi a primeira vez que isso me aconteceu.

Uma outra novidade em seu modo de realização é que dessa vez você não foi o produtor de seu próprio filme. Como conseguiu que a filmagem fosse tão rápida, rodando “Filme de Amor” em 14 dias, com apenas um dia de intervalo para a equipe?

Bressane: Isso aconteceu porque tive produtores no sentido verdadeiro desse termo. Esse é um mérito de Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares, que apoiaram o projeto, sem restrições ao modo como filmo e sinto o cinema. Sempre produzi meus filmes, e agora tive um filme que pude dividir com um produtor. Hoje não existem mais produtores nesse sentido, no cinema. Há apenas despachantes disfarçados de produtores.

Com “Filme de Amor”, a idéia de dar ao cinema o mesmo status de outras atividades artísticas e criar um diálogo entre elas parece mais saliente.

Bressane: Nunca pensei e nem nunca agi nesse sentido. O cinema é um organismo muito susceptível. Ele é um atravessar de disciplinas _das artes, das ciências e da vida. O cinema não é a sétima arte nem a síntese de todas as artes. Essa é a dificuldade do cinema, pois ele deve estar pelo menos minimamente consciente do que tratam todas as disciplinas. Ele é um organismo inteligente. O cinema se revela pelo seu modo de traspassar todas as disciplinas e entrar dentro da vida.




22.7.09

STRATOSFERA #1, de Ricardo Aleixo

sEM PALAVRAS : OUÇA E veja





20.7.09



es-tar em si só por es-tar sal-ti-tan-do so-bre as sí-la-bas do si-lên-cio


A exposição SÓ POR ES-TAR reúne recentes trabalhos de Lenora de Barros, a poeta que tem traduzido em vocabulário experimental (video, fotografia, performance, escultura, objeto, etc) o diálogo com a Pop-Art, o movimento Fluxus, a Poesia Concreta entre outras manifestações da poesia contemporânea.

Lenora de Barros, atualmente, é curadora do segmento RADIOVISUAL, na 7ª Bienal do Mercosul.

19.7.09


A ESCUTA DO CORPO






Articulados movimentos

nos níveis baixo, médio ou alto:

molejos, pesos, resistências

DESLOCAMENTOS

na dança de cada um,

mais vale sustentar o olhar,

confiar nos pés e saber

que o chão é nosso abrigo.



“Não decore passos,

aprenda um caminho”(Klaus Vianna)


O grupo FOLIA DAS LETRAS (Ufal-Proex-Mec-Minc) recebeu, na última sexta e ontem, sábado, a visita da bailarina, coreógrafa e educadora somática Jussara Miller. Entre outras realizações, Jussara é autora do livro A escuta do corpo.

A experiência de realizar uma oficina com Jussara Miller é inesquecível. Grande conhecedora das técnicas de Klaus Vianna, Jussara desenvolve consistente e delicado trabalho de consciência corporal que nos permite vivenciar as inúmeras possibilidades da dança. No caso do Folia das Letras, todo trabalho culminou no processo criativo de interseções entre a dança e a fala poética, que nos fez pensar, divertir e celebrar a riqueza desse encontro.




Jussara Miller em repouso ativo



Susana e Lica em movimento



Jorge e Gláucia: leitura no "nível alto"



Lica na fala, Gláucia na escuta, Fátima através do espelho



Jorge, perfil em deslocamento



Susana em perspectiva



O chão é nosso abrigo



A voz movimenta o corpo



* Fotos: Marcelo Marques