31.12.09
30.12.09
29.12.09
26.12.09
ϕαρισαῖος
Podia sim atender ao telefone e explicar que não queria mais sair. Minha cabeça andava longe longe e mal ouvia a voz dele de taquara rachada. Também não queria almoçar no dia seguinte. Essa história de gente que precisa apertar o start para ser gentil cansou.
25.12.09
Minha porta
23.12.09
Os seus direitos autorais, que no Brasil duram por setenta anos (contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor), expiram em 2010.
22.12.09
Aprender a voar
20.12.09
18.12.09
O LIVRO DAS MUTAÇÕES
Sucesso.
Saída e entrada sem erro.
Amigos chegam sem culpa.
Para adiante e para trás segue o caminho.
Ao sétimo dia vem o retorno.
É favorável ter aonde ir.
15.12.09
breu
O poema acima, de Conrado Falbo, eu roubei do
blogdas30pessoas.blogspot.com,
onde todo dia 15 aparece uma postagem dele.
breu foi publicado lá, no dia 15 de novembro passado.
14.12.09
13.12.09
O grande poder transformador
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
O samba ainda vai nascer
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer
Veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor
O grande poder transformador
12.12.09
beleléu, léu, eu
Ontem assisti ao programa O SOM DO VINIL, de Charles Gavin,
(que acontece toda sexta-feira às 21h30 no Canal Brasil)
sobre o disco beleléu, léu, eu, de Itamar Assumpção, 1980.
11.12.09
LITERATO CANTABILE
agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto pode ser o fim
do seu início
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em minha orla
os pássaros de sempre cantam assim,
do precipício:
a guerra acabou
quem perdeu agradeça
a quem ganhou.
não se fala. não é permitido
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos
está vetado qualquer movimento
do corpo ou onde quer que alhures.
toda palavra envolve o precipício
e os literatos foram todos para o hospício
e não se sabe nunca mais do mim. agora o nunca.
agora não se fala nada, sim. fim. a guerra
acabou
e quem perdeu agradeça a quem ganhou.
.....................................
a) A virtude é a mãe do vício
conforme se sabe;
acabe logo comigo
ou se acabe.
b) A virtude e o próprio vício
- conforme se sabe -
estão no fim, no início
da chave.
c) Chuvas da virtude, o vício,
conforme se sabe;
é nela própriamente que eu me ligo,
nem disco nem filme:
nada, amizade. Chuvas de virtude:
chaves.
d) (amar-te/ a morte/ morrer:
há urubús no telhado e carne seca
é servida: um escorpião encravado
na sua própria ferida, não escapa: só escapo
pela porta de saída).
e) A virtude, a mãe do vício
como eu tenho vinte dedos,
ainda, e ainda é cedo:
você olha nos meus olhos
mas não vê nada, se lembra?
f) A virtude
mais o vício: início da
MINHA
transa, início, fácil, termino:
"como dois mais dois são cinco"
como Deus é precipício,
durma,
e nem com Deus no hospício
(durma) nem o hospício
é refúgio. Fuja.
TORQUATO NETO. Os Últimos Dias de Paupéria
Org. Waly Salomão e Ana Maria de Araújo Duarte
São Paulo: Max Limonad, 1982.
10.12.09
9.12.09
LIPE
8.12.09
EH, SALUBA!!!
7.12.09
Osman Lins
Acabou de sair o livro Osman Lins: 85 anos - A harmonia de imponderáveis, organizado pelas professoras Ermelinda Ferreira e Zênia de Faria, que celebra o aniversário de 85 anos de nascimento do escritor pernambucano, de Vitória do Santo Antão, com 16 ensaios de vários pesquisadores sobre a obra do autor de Avalovara.
Se estivesse entre nós, Osman Lins certamente continuaria a nos convidar ao jogo da linguagem poética. Viva Osman Lins!
Fazei de mim uma escritora. Mas só isto.
Nada de festivais, de júris em concursos (de beleza ou literários), de cargos em repartições chamadas culturais, de capelas, de frases de espírito.
Livrai-me do fascínio que tantos dos nossos autores, hoje, têm pelo convívio com os ricos, pela adoção de livros seus na área estudantil, pelas viagens com passagem e hotel pagos.
Fazei-me orgulhosa da minha condição de paria e severa no meu obscuro trabalho de escrever”
(Dos papéis de J.M.E.)
(In Osman Lins. A Rainha dos Cárceres da Grécia. São Paulo: Cia das Letras, 2005. P. 53)