25.12.11

AZUL E AMARELO

um texto, todo texto é inesgotável em leituras
assim como a vida de qualquer pessoa
cores e formas, nomes e flores
tudo se transforma em um segundo
- é só o vento soprar.




















Anjo bom, anjo mau
Anjos existem
E são meus inimigos
E são amigos meus
E as fadas
As fadas também existem
São minhas namoradas
Me beijam pela manhã
Gnomos existem
E são minha escolta
Anjos, gnomos
Amigos e amigos
Tudo é possível
Outra vida futura, passada
Viagens, viagens
Mas existem também drogas pra dormir
E ver os perigos no meio do mar
No sono pesado, tudo meio drogado
Existem pessoas turvas, pessoas que gostam
E eu tô de azul e amarelo
amarelo,azul e amarelo

Senhores deuses, me protejam
De tanta mágoa
Tô pronto para ir ao teu encontro
Mas não quero, não vou, não quero
Não quero, não vou, não quero



("azul e amarelo", canção extraordinária que traz a parceria não menos extraordinária  de cazuza, cartola e lobão foi gravada por lobão no disco sob o sol de parador, de 1989) 

para ouvir a canção, clique aqui.

8.12.11

SALUBA

HOJE É DIA DE FESTA:

SALVE RAINHA! A BÊNÇÃO IEMANJÁ!




















de manhã eu estava lá 
na praia de Coqueirinho
quando um espelho me viu
no tronco de um  coqueiro...





















&

(em primeira mão:) -  a imagem de OXUM
que bordei pra minha amiga Susaninha



















&

uma rosa é uma rosa é




















Ponto de Nanã (Roque Ferreira)

Oxumarê me deu dois barajás
Na festa de Nanã Burukô
A velha deusa das águas
Quer munguzá
Seu ibiri enfeitado com fitas e búzios
Um ponto pra assentar
Mandou cantar
Ê saluba!
Ela vem no som da chuva
Dançando devagar seu igexá
Senhora da Candelária, abá
Pra toda a sua nação Iorubá

23.11.11

NOVOS (E BONS) TEMPOS



















ps: sobre a doçura de sere mãe de um filho lindo,
inteligente, criativo, campeão!

5.10.11

OSWALD DE ANDRADE, O CULPADO DE TUDO?

Sim, eu visitei a recente exposição no Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, em São Paulo.
Trata-se, a meu ver, de uma apresentação excessivamente didática do gigante modernista Oswald de Andrade.
Mas... fazer o quê? Apreciar o possível, refletir a respeito e sugerir outras leituras.
Depois conto detalhes e posto mais fotos.
Grande abraço!

21.9.11

um acontecimento

no último sábado Marcelo e Ná se casaram;

felicidades todas!




13.9.11

 ABISMO # 1

Autotomia
Wislawa Szymborska

Diante do perigo, a holotúria se divide em duas:
deixando uma sua metade ser devorada pelo mundo,
salvando-se com a outra metade.

Ela se bifurca subitamente em naufrágio e salvação,
em resgate e promessa, no que foi e no que será.

No centro do seu corpo irrompe um precipício
de duas bordas que se tornam estranhas uma à outra.

Sobre uma das bordas, a morte, sobre outra, a vida.
Aqui o desespero, ali a coragem.

Se há balança, nenhum prato pesa mais que o outro.
Se há justiça, ei-la aqui.

Morrer apenas o estritamente necessário, sem ultrapassar a medida.
Renascer o tanto preciso a partir do resto que se preservou.

Nós também sabemos nos dividir, é verdade.
Mas apenas em corpo e sussurros partidos.
Em corpo e poesia.

Aqui a garganta, do outro lado, o riso,
leve, logo abafado.

Aqui o coração pesado, ali o
Não Morrer Demais,
três pequenas palavras que são as três plumas de um voo.

O abismo não nos divide.
O abismo nos cerca.



(tradução coletiva, publicada na revista Inimigo Rumor número 10)

ps. autotomia (do grego αὐτο = "a sí mesmo" e τομία = "cortar")  partir ou quebrar por vontade própria uma parte do corpo

12.9.11

ontem hoje sempre

um link sobre 11 de setembro
http://youtu.be/7vrSq4cievs

IMPERDÍVEL:

11 diretores foram convidados
a filmar algo sobre o acontecimento

importa mesmo ver
com olhos livres
a participação de Ken Loach

se não clicou acima
clique agora aqui: 
 
é preciso todo dia
lembrar que 

a história é outra

8.9.11



as últimas palavras 
de arthur rimbaud

7.9.11

amigos queridos
















uns foram pra longe, pro vale do capão
de onde mandam notícias e belezas
do tamanho da força de Ângela e Carlosman:
















saudades!


um amigo
a metade de tudo
mais o perigo

(como bem disse marcelo dolabela)

29.8.11

DOLCE VITA







22.8.11

PANFLETO
Pedro Tostes
alguém precisa avisar pra todo mundo que existe uma ditadura que todos pensam igual e ai de quem pensar diferente que nos são ofertados muitos modelos e nenhuma oportunidade de não comprá-los que precisamos ser obtusos e previsíveis, rezar a cartilha de "como sobreviver na selva" mesmo que isso nos incomode que não podemos mais ser loucos e inconsequentes porque isso pega mal pra gente que é preciso uma enorme dedicação em vão que sonhar não custa nada mas viver cada vez é mais caro que não podemos ir pras ruas pois elas estão perigosas que é mais fácil calar e ver tv que protestos mimeografados não são mais lidos que o poeta incomada que não podemos ser poetas
alguém precisa avisa

18.8.11


17.8.11

diálogos extraordinários

Georges Perec avec Roland Barthes
Em seu livro Alphabets (1976), Georges Perec apresenta uma coleção de 176 poemas heterogramáticos, de onze versos. Entre eles, "Le système de la mode", em sintonia com o livro de Roland Barthes, Système de la mode (1967).

Le système de la mode

LUNOIRSWEAT
ERLUSATINWO
OLNEWSIRAUT
WINSETAROUL
ESROULANTWI
NTERLAOUWIS
TARIELUSNOW
WESTONAIRLU
ISANTOULERW
INATROUSLEW 
ISOULTRANEW




Le système de la mode

Lu : noir sweater
Lu : satin
       wool
       "New Sir" au twinset à roulés roulant
       winter
       (là où wistarie...)
Lu : "snow Weston" (air luisant)
       ou l'Erwin à trous Lewis

O, ultranew !

PEREC, Georges. Alphabets. Editions Galilée. Paris 1985.

..........................................................................................

"Signo é união de significante e significado. Essa união, como é clássico em linguística, deve ser examinada do ponto de vista de sua arbitrariedade e de sua motivação, ou seja, de seu duplo fundamento, social e natural. Mas, antes, cabe lembrar que a unidade do signo indumentário (ou seja, do signo do código indumentário, desembaraçado de seu aparato retórico) é definida pela singularidade da relação significante, não pela singularidade do significante ou pela do significado; em outras palavras, o signo indumentário, embora reduzido à unidade, pode compreender vários fragmentos de significantes (combinações de matrizes e elementos da própria matriz) e vários fragmentos de significados (combinações de unidades semânticas). Portanto, não se deve procurar fazer que determinada parcela do significante corresponda a outra parcela do significado;(...) a relação entre significante e significado deve ser observada em toda a sua extensão: o signo indumentário é um sintagma completo, formado por uma sintaxe de elementos."

BARTHES, Roland. Sistema da moda (trad. Ivone C. Benedetti). São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 319-320.






16.8.11

um registro GZ


















daqui de JPA festejo  o acontecimento que me chega lindo, 
em foto de Robson Lima, da Gazeta de Alagoas, via Leke Morone;
aconteceu no Teatro Deodoro,em Maceió, no dia 10 de agosto, 
e as vibrações poderosas do evento têm força de alegria:

viva Gato Zarolho!


ps: que beleza a logo da banda



30.7.11

ainda julho

muita chuva, ventos fortes
e o pensamento voa.


















cabelos pelo chão tingem o piso,
novos fios surgem todo dia.
bons momentos, de risos e lembranças.









túnel do tempo

nos antigos casarões da Paraíba,
















nas andanças pelo Recife

















nas leituras




e nas maravilhas da gastronomia (Sushi Yoshi):






O principal mesmo nesta hora
é a conquista do TEMPO,
alimento que me permite fruir
das delícias do jardim,
como assim, pela minha janela :)


















beijos!