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8.8.09

PROVOCAÇÕES nº 425

Pela primeira vez em seus 129 anos, a revista americana Science dedicou sua capa à pesquisa de um brasileiro, o neurocientista Miguel Ângelo Laporta Nicolelis. Paulistano de 48 anos, Nicolelis dirige, desde 1994, o Centro de Neurociência da Universidade Duke, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Nicolelis é uma referência mundial na pesquisa da interface entre o cérebro e os computadores. Há anos ele trabalha com implante de próteses no cérebro de pacientes paralisados com lesões na medula – seu objetivo é permitir que voltem a andar, controlando trajes robóticos com o pensamento. Em seu novo estudo, ele ampliou a aplicação de sua pesquisa: Nicolelis deu uma nova direção às tentativas de curar o mal de Parkinson. “Com este artigo da Science, abri uma nova frente de trabalho”, diz.


O admirável programa de ANTONIO ABUJAMRA, o PROVOCAÇÕES, chega a sua 425 edição e o convidado é Miguel Nicolelis:


O neurocientista Miguel Nicolelis é formado pela USP, mas muito cedo deixou o país. "Sou da geração obliterada, que não teve a chance de agir pelo Brasil". No final dos anos 80, começo dos 90, para Miguel, a "ciência brasileira quase colapsou".
Agora, de volta ao país, Miguel quer demonstrar, na periferia de Natal, que a produção do conhecimento de ponta pode ser descentralizada no Brasil. "O talento científico existe onde houver um ser humano pensando".

E no que Miguel Nicolelis vem pensando em sua pesquisa pessoal? Ele quer entender "como os circuitos do cérebro produzem todos os comportamentos que fazem o ser humano ser o que é". Para ele, o cérebro não precisa mais do corpo para exercer seu desejo de interagir com o mundo. Isto é "a neurociência permitindo que o cérebro expresse essa condição humana sem limites espaciais e temporais".


Entre tantas provocções que o programa sempre suscita, uma das mais interessantes foi a declaração de Miguel Nicolelis ao afirmar que sua pesquisa se assemelha à poesia.