27.3.08

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26.3.08

work in progress e objetos inúteis


Paulo Bruscky mostra seus trabalhos na Pinacoteca Universitária, no Espaço Cultural da Ufal, a partir de hoje às 20 horas.

Participe com alguma coisa inútil, ajude a construir o monumento à inutilidade.


Em tempo: A exposição vai até 18 de maio.

24.3.08

VIVE-NOS




Os dias passam sem início nem fim.

A história segue num mergulho doce

- deslinda-se no abraço de Joaquim.

14.3.08

Terceiro Mundo Festivo

Imperdível dica: download grátis do 4º (QUARTO!) disco do Wado, o primeiro independente, no site dele. Transformar arte bruta em estúdios caseiros é o movimento do cara. Em Terceiro Mundo Festivo, algumas pérolas, acabamento fino e aquela voz de garoto que tem a manha. Sim, os outros 3 discos também estão lá.

13.3.08

ALGARAVIAS

CARTA ABERTA A JOHN ASHBERY


A memória é uma ilha de edição - um qualquer

passante diz, em um estilo nonchalant,

e imediatamente apaga a tecla e também

o sentido do que queria dizer.

Esgotado o eu, resta o espanto do mundo não ser

levado junto de roldão.

Onde e como armazenar a cor de cada instante?

Que traço reter da translúcida aurora?

Incinerar o lenho seco das amizades esturricadas?

O perfume, acaso, daquela rosa desbotada?

A vida não é uma tela e jamais adquire

o significado estrito

que se deseja imprimir nela.

Tampouco é uma estória em que cada minúcia

encerra uma moral.

Ela é recheada de locais de desova, presuntos,

liquidações, queimas de arquivos,

divisões de capturas,

apagamentos de trechos, sumiços de originais,

grupos de extermínios e fotogramas estourados.

Que importa se as cinzas restam frias

ou se ainda ardem quentes

se não é selecionada urna alguma adequada,

seja grega seja bárbara,

para depositá-las?

Antes que o amanhã desabe aqui,

ainda hoje será esquecido o que traz

a marca d'água d'hoje.

Hienas aguardam na tocaia da moita enquanto

os cães de fila do tempo fazem um arquipélago

de fiapos do terno da memória.

Ilhotas. Imagens em farrapos dos dias findos.

Numerosas crateras ozoniais.

Os laços de família tornados lapsos.

Oco e cárie e cava e prótese,

assim o mundo vai parindo o defunto

de sua sinopse.

Sem nenhuma explosão final.

Nulla dies sine linea. Nenhum dia sem um traço.

Um, sem nome, e com vontade aguada,

ergue este lema como uma barragem

anti-entropia.

E os dias sucedem-se e é firmada a intenção

de transmudar todo veneno e ferrugem

em pedaço do paraíso. Ou vice-versa.

Ao prazer do bel-prazer,

como quem aperta um botão da mesa

de uma ilha de edição

e um deus irrompe afinal para resgatar o humano

fardo.

Corrigindo:


o humano fado.




9.3.08

MEMÓRIA

Basta um click para ler MnemoZine número 4, uma beleza inteira dedicada ao trabalho do imenso Augusto de Campos. VIVA o poeta VIVO!

ps: nenhum tributo alivia.

8.3.08

cantos

(...)
Não que eu pudesse cantar-lhe a música,
E ele disse: "Nao sei meu senhor, isto é
Sim, Doutor, o que querem dizer com noigandres?"
E ele disse: "Noigandres! NOIgandres!
Faz seis meses já
Toda noite, quando vou dormir, digo para mim mesmo:
"Noigandres, eh, noigandres,
Mas que DIABO quer dizer isto!"

Vento nas oliveiras, ranúnculos em fila,
Pela clara aresta das rochas
A água corre, e o vento perfumado de pinho
E de campos de feno sob a foice do sol

Agostino, Jacopo e Boccata.
O aroma desse lugar te faria feliz,
Sem nunca sentir cansaço
de estar ali, só
Ou acompanhado.
Som: como o do rouxinol, longe demais para ser ouvido.
Sandro, e Boccata e Jacopo Sellaio,
Ranúnculos e amêndoas,
Sebes de ramos,
Duccio, Agostino, e l'olors - o aroma desse lugar - d'enoiganres.
Ar movendo sob os ramos,
Cedros ao sol.
Feno fresco no declive da colina,

E água no sulco
Entre os dois prados mais baixos; som,
O som, como disse, um rouxinol
Longe demais para ser ouvido.
E a luz cai, remir,
do seio às coxas.

4.3.08

PARADOXOS

Sobre a Colocação em Séries

“O paradoxo de que todos os outros derivam é o da regressão indefinida. Ora, a regressão tem necessariamente a forma serial: cada nome designador tem um sentido que deve ser designado por um outro nome, n1 n2 n3 n4 ... Se consideramos somente a sucessão dos nomes, a série opera uma síntese do homogêneo, cada nome distingue-se do precedente apenas pela sua posição, seu grau ou seu tipo: de acordo com a teoria dos “tipos”, com efeito, cada nome que designa o sentido de um precedente é de um grau superior a este nome e ao que ele designa. Mas se considerarmos não mais a simples sucessão de nomes, mas o que alterna nesta sucessão, vemos que cada nome é tomado primeiro na designação que opera e, em seguida, no sentido que exprime, uma vez que é este sentido que serve de designação ao outro nome: (...)

A forma serial é pois, necessariamente, multisserial.”

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo:Perspectiva, 1974, p. 39.

3.3.08

demoLições


a desordem dos fatores


no mundo nada

se perde tudo

se trans forma

instruções: dada a matriz quadrada acima, achar a determinante,
alterando a ordem dos elementos para encontrar esta matriz final:

se nada no

mundo trans forma

tudo se perde

1.3.08

para rasgar

um vestido de papel de Jun Nakao