PODE SER, SIM!
às vezes pensamos que o melhor dos mundos é inatingível
ou até descremos da existência de diálogos possíveis.
Ricardo Aleixo e sua equipe ZIP comprovam que a vida pode
ser inventada de formas belas e grandiosas. É isto que se vê
até o próximo final de semana no Centro Cultural da UFMG.
A experiência de participar de encontros assim é uma dádiva,
só concretizada no coletivo.
Acima, eu com meus queridos editores Ricardo Aleixo e Flávio Vignoli, no cenário ZIP do alfabeto criado por Guilherme Mansur.
Iná e Flora com o livro eletrônico, raridade poética coordenada por Álvaro Andrade Garcia.
Com meu querido amigo e parceiro Marcelo Marques, que viajou de Maceió a BH para abrilhantar a ZIP.
Abaixo, eu e Beatriz Magalhães, que tive a honra de conhecer pessoalmente
enquanto ela realizava sua maravilhosa performance TRAIÇÂO DE PROPÓSITO.
Traição de propósito: Beatriz realizou, ou melhor, traiu, a partir dos tecidos (tricots e crochets) de sua avó, que também se chamava Beatriz, uma impressão em papel de fax feita a calor, em forno elétrico. Enquanto numa extremidade da sala estava seu filho, Manuel, fabricando sonoridades inusitadas, do outro lado estava ela, imprimindo ao forno as imagens rendadas, e a trilha que os unia era o caminho de ida e volta à lua, como dizia a vó Beatriz ser possível percorrer com o tanto que já havia tecido em vida. História de família, papel, forno, tudo traído e consumado numa narrativa lírica, linda e poética.