29.6.10

Alegria, a força maior


"Perdida entre o demais e o pouco demais a dizer,
a aprovação da vida permanece para sempre indizível."






Rosset, Clément. Alegria: a força maior. 
Tradução Eloisa Araujo Ribeiro. Rio de Janeiro: ReluméDumará(série Conexões), 2000.

27.6.10

 ubiquidade = fumaça


De: jose max deivys alves de moura


Para:Gláucia Vieira Machado


Estava procurando algo sobre banco de dados para armazenar e recuperar textos... como ocorre geralmente na web (a web é algo “funcional”, parece até escola: vc geralmente “aprende” o q não quer) fui desviado para um projeto da IBM e Biblioteca Britânica. Segue uma breve introdução:


Estamos vivendo na época do exabyte. Um petabyte corresponde a mil terabytes, o que corresponde a um milhão de gigabytes ou mil milhões de megabytes e um megabyte equivale a 1 000 000 byte. Agora um exabyte é 1180591620717411303424 (270) Bytes.


Segundo estudos, todos os computadores do mundo guardavam em dados cerca de 160 exabytes no ano 2006, com o valor aproximado de 1 zettabyte projetado para 2010. Com a velocidade atual da internet seriam necessários 570 anos para se transmitir um petabyte de dados de São Francisco para Hong Kong. O filme Avatar usou um pouco mais de 1 petabyte de espaço para gerar seus efeitos. Esse espaço seria suficiente para armazenar um MP3 de 32 anos. Uma letra ocupa aproximadamente 1 byte, uma pagina tem aproximadamente 3000 letras e um mega comportaria 500 paginas. Faça a conta para exabyte.

Agora, a noticia:


A IBM está trabalhando com a Biblioteca Britânica em um projeto para preservar e analisar terabytes de informação na web antes que eles se percam para sempre. Pesquisas recentes mostram que a expectativa de vida média de uma página web é de 44 a 75 dias. A cada seis meses aproximadamente 10 por cento das paginas com domínio uk (britânico) são perdidas.


Em muitos casos isto não é uma grande uma perda, mas para organizações que tentam arquivar dados sobre eleições, noticias, mídia e vídeos, esta perda de dados representa um grande desafio.


O novo projeto de software analítico chamado IBM BigSheets ajuda a extrair, anotar e analisar visualmente vastos volumes de informações da web usando um browser. A Biblioteca Britânica está usando um protótipo do software para arquivar e preservar volumes massivos de paginas web, para garantir que os dados não vão desaparecer ao longo do tempo.



Com o passar do tempo ... quero soh saber onde guardar todos esses dados. O projeto britânico ainda pensa que web é biblioteca. Estar em toda parte é estar em lugar nenhum. Ser ubiquidade é ser fumaça.


Ps: tudo foi tirado da web, ou seja, é meu. pois quando for procurar pode não estar disponível ou não estar no mesmo endereço: ser ubiquidade-fumaça é saber sem achar/tocar.

23.6.10


LEMBRANÇA
a praça está vazia,
poeta: quem diria
que os dias não
trariam sua glória
(nem amélias nem 
patrícias muito menos
louras helenas)
você ainda é só, poeta
cada dia mais vivo,
nas antenas do desconhecido.


a imagem acima é uma derivação do "poema cartaz de agitação", de philadelpho menezes.


12.6.10


 

Retórica

Cantan los pájaros, cantan
sin saber lo que cantan:
todo su entendimiento es su garganta.
                                                                                                             
                                                                                                                                  






7.6.10

CONVITE

O grupo de pesquisas Poéticas Interartes
e o professor Vinicius Meira convidam para
a defesa pública da sua tese de doutorado intitulada  
Osman Lins e a literatura potencial
que acontecerá no dia 10 de junho, quinta-feira, 
a partir de 15 horas, no auditório do LCCV (Severinão) 
no campus A. C. Simões
da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

6.6.10

livros & filmes


Há quem diga que os livros são sempre melhores que os filmes, há quem diga o contrário.
Aqui no diasemprevisão já publiquei a polêmica declaração de Torquato Neto:

"leio, escrevo, rasgo tudo e vou ao cinema".
Para mim, cinema e literatura são inseparáveis, desde o início.
Claro que quando o cinema chegou, tecnicamente falando, a literatura já era uma senhora experiente, e o garoto tinha muito que aprender. Hoje em dia as coisas são diferentes, muitos livros nascem de filmes, e o diálogo segue intenso. Muitos escritores escrevem pensando em roteiros e sonham com seus livros adaptados para a grande tela, certamente mais acessível ao grosso público, aquele que nunca vai querer saber de biscoito fino. Além da vaidade e do dinheiro, vários autores alegam que se tornar filme faz o livro ganhar mais leitores. O importante seria, afinal, aumentar o contigente de leitores. Pode ser, mas geralmente as adaptações decepcionam os leitores fiéis. E muitas realizações cinematográficas nem são associadas a seus textos originais. 

Recentemente fiz uma pesquisa entre estudantes da Faculdade de Letras, aqui nas Alagoas, e constatei que ninguém havia lido o livro de Osman Lins após o relativo sucesso de Lisbela e o prisioneiro, exibido nos cinemas e na TV aberta. Sequer relacionavam o filme ao autor e à sua obra. As regras de mercado passam por outras lógicas.

Poesia e cinema, então, é outra história. A delicadeza que amplia sensibilidades e os sofisticados jogos verbivocovisuais dificilmente são buscados e muito menos alcançados no cinema comercial. Ainda assim, o forte diálogo entre o cinema e a poesia fez e faz muito poeta apresentar-se diferente. Mais do que simplesmente mudar os suportes, a lógica do cinema faz pensar de outros modos.

Porque há muito mais coisas entre a vida e a arte do que pode supor qualquer dramaturgia. São diversos os fios que tecem a conversa entre a escrita e o movimento. Quando alguém vai ao cinema, qualquer um, a qualquer hora e para assistir a qualquer filme, estabelece um pacto. A sala de cinema é uma forma ritual de agregação, de coletividade. Para o bem e para o mal. Um dos poucos espaços de sociabilidade em que, normalmente, as regras de conduta são respeitadas: o silêncio, a postura, a concentração. 


O que me interessa aqui, afinal, é falar de como me senti após assistir ao filme sueco Os homens que não amavam as mulheres (Män som hatar kvinnor), dirigido pelo dinamarquês Niels Arden Oplev, adaptação do primeiro volume da trilogia Millennium, de Stieg Larsson. De um modo quase mágico, me transportei às sensações que vivia quando lia os romances de aventura nos tempos de criança. Talvez tenha partilhado da sensação que Mario Vargas-Llosa expressou após a leitura dos  volumes de Larsson. Ele disse, em crônica recente, estar fascinado pela trilogia e declarou sentir nela o vigor das narrativas ancestrais que trazem a figura do justiceiro. 
Ainda não li os livros, mas reconheço que já fui fisgada pela personagem protagonista Lisbeth Salander, vivida pela atirz Noomi Rapace.

A força da personagem e a excelente atuação da atriz me fizeram pesquisar vida e obra de Stieg Larsson, que também muito me impressionou.

O que fazer, agora? Conseguir urgentemente os três volumes de Millennium e devorar Lisbeth/Larsson, dedicar alguns dias e horas de minha vida a eles, e depois sonhar, sonhar até depois do fim.

5.6.10

Sobre o fenômemo da “Millennium-trilogy”
A trilogia Millennium consiste em uma série de histórias de detective intituladas "The Girl With The Dragon Tattoo", "The Girl Who Played With Fire", e "The Girl Who Kicked the Hornets' Nest". Fenômeno mundial de sucesso de vendas, os livros de Stieg Larsson(1954-2004) já venderam mais de 40 milhões de cópias em apenas cinco anos (em 2008, foi o segundo autor mais vendido no mundo). Parece que o caso Millennium comprova que a arte imita a vida, sim. Além da notável competência do escritor, várias de suas tramas faziam parte da sua biografia. Larsson foi jornalista, editor, e um dos mais influentes ativistas políticos de seu país, sendo responsável pela Fundação Expo, uma combativa organização de resistência pelas liberdades democráticas cujo objetivo era “estudar as tendências antidemocráticas de extrema direita e racistas da sociedade”. Foi também editor da revista Expo. Morreu subitamente, poucos dias depois de entregar à sua editora sueca os três volumes da trilogia Millennium, não vivendo para conferir o seu estrondoso êxito.

3.6.10